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Para quem é o Venture Debt?

  • Namari Capital
  • 19 de jun. de 2024
  • 4 min de leitura

Atualizado: 3 de jul. de 2024

... e quais são os principais casos de uso?
 

Abordamos de forma mais profunda as diferenças entre Venture Capital e Venture Debt (“VD”) na nossa edição inaugural. Essencialmente, por se tratar de dívidas não conversíveis, o modelo de VD não se encaixa no famoso conceito estatístico da Power Law, que descreve como poucos investimentos de muito sucesso são responsáveis pela maior parte do retorno de um fundo de Venture Capital, mesmo com muitas empresas tendo write-off.


Os retornos do Venture Debt são definidos essencialmente pela taxa de juros e kicker, e não aumentam de forma proporcional ao valuation das empresas como acontece nos investimentos de Venture Capital, tendo portanto um menor potencial de retorno por operação. Tendo isso em vista, investidores de Venture Debt focam em empresas de estágio mais avançado, geralmente a partir de Série A, as quais já possuem um nível de risco menor e mais coerente com seus potenciais retornos. Estas empresas devem ter produto maduro, clientes pagantes, modelo de negócios comprovado e previsibilidade de receita.


Trata-se de regras gerais, e é importante que se note que cada investidor de Venture Debt possui critérios específicos para determinar o tipo de empresa que se enquadra em sua tese de investimento. Nós, da Namari, focamos em empresas com as seguintes características:


  • Inovação, seja em termos de produto, distribuição ou modelo de negócios. Tecnologia proprietária e vantagens competitivas são diferenciais;

  • Alto potencial de crescimento. Financiamos planos de expansão, em empresas que estejam em trajetória ascendente, visando destravar valor;


  • Faturamento mínimo mensal de R$ 700 mil. Como trabalhamos com cheque mínimo de R$ 5 milhões, empresas de menor porte podem ter dificuldades em arcar com o serviço da dívida;

  • Unit Economics saudáveis, como LTV/CAC, CAC Payback, entre outros que indiquem perspectivas de se atingir o break–even.


Quais são os principais casos de uso?


Essas são as aplicações mais comuns do Venture Debt:


  1. Alongar runway. O Venture Debt é feito antes de uma captação de equity ou evento de saída, permitindo com que a empresa continue melhorando seus números e aumentando seu valuation, e que tenha mais tempo para negociar com investidores ou possíveis compradores. Exemplo: Startup melhorou substancialmente sua eficiência operacional enquanto discutia um evento de liquidez (captação primária ou venda para estratégico), mas o preço oferecido, pelo momento de mercado, não agradou os acionistas. Empresa toma crédito, utiliza o capital para crescer e com mais caixa (e tempo) pode renegociar em outro patamar de porte e consequentemente termos, alguns meses depois.

  2. Alavancar rodadas de equity. O Venture Debt é feito de forma conjunta a um aporte de equity, permitindo à empresa aumentar o tamanho da rodada, sem aumentar a diluição acionária. O Venture Debt pode financiar os investimentos de retorno mais previsível (como em aquisição de clientes), enquanto o equity pode financiar investimentos de retornos menos previsível (como em P&D). Exemplo: Fundadores e investidores que já fazem parte do quadro acionário aprovam captação de nova rodada de R$ 30,0M, sendo R$10,0M de Venture Debt e R$20,0M de equity. Dessa forma, levantam o capital pretendido para atingir o breakeven, sem a necessidade de abrirem mão de participação. Enquanto as captações com equity tem usos diversos, o VD pode financiar investimentos mais previsíveis e de menor risco.

  3. Realização de movimentos estratégicos e M&A´s: O Venture Debt pode financiar a aquisição de outras empresas. Umas das vantagens de se financiar M&As com dívida advém do fato de que o repagamento é feito pelo conjunto das empresas que fizeram parte da transação. ExemploNo Série B, plataforma de logística adquire sistema de roteirização para complementar o produto e fazer cross-sell com a base de clientes varejistas. Pela própria geração de caixa da empresa combinada, passa a amortizar o crédito.

  4. Financiamento de CapEx. Empresas cujos modelos de negócios dependem de investimentos em CAPEX (como em dispositivos de IoT ou ativos imobilizados) podem utilizar do Venture Debt como forma de financiar estes investimentos, cujo retorno tende a ser previsível. Exemplo: Suponha uma startup de IoT (internet das coisas), que precise realizar investimentos em ativos físicos. Diluir seu equity com importação de hardware da China pode ser bastante caro em uma visão de preservação de patrimônio e risco/retorno do investimento.

  5. Financiamento corporativo para subordinação. Empresas com veículos financeiros como FIDCs podem utilizar o Venture Debt para suprir a demanda de aportes proprietários em cotas subordinadas. Exemplo: Fintech de crédito B2C levanta FIDC e precisa aportar 25% do total em cotas subordinadas para estar alinhada ao risco junto aos cotistas do veículo. Pode utilizar-se de venture debt para liberar este capital e usar o dinheiro de equity para melhorar o produto e aumentar a distribuição.

  6. Financiamento de aquisição de clientes. O Venture Debt permite com que empresas que atingiram o PMF acelerem os gastos em marketing para crescer a sua base de clientes. Exemplo: Startup SaaS B2B de vendas complexas conseguiu acertar sua máquina de vendas e diferentes canais de distribuição foram testados e estão performando bem. Por ter alta previsibilidade no investimento de crescimento, levanta capital via crédito para escalar o negócio.

  7. Solução para Capital de Giro. O Venture Debt pode ser utilizado para corrigir descasamentos de caixa gerados por diferenças nos prazos de pagamentos e recebimentos, sem necessidade de antecipação de recebíveis. Exemplo: Companhia acelera o crescimento, mas por conta da dinâmica de capital de giro, não conseguem manter o ritmo. O VD permite com que ela possa corrigir esses descasamentos. Os usos são diversos e não acabam por aí. Na hora de levantar capital é necessário acomodar o risco de execução da empresa, e o custo do financiamento (quer seja equity, quer seja dívida). Com cada vez novas alternativas às companhias que estão em fase de crescimento, como venture debt, mídia por equity, securitização, fundos de venture capital, etc., os empreendedores possuem, mais do que nunca, a possibilidade de escolher o que melhor casa com o momento de suas empresas.

 
 
 

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